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Propaganda de cervejas: restringir resolve mesmo?

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Entre outros assuntos do momento no meio publicitário, tem se falado muito sobre a restrição às propagandas de cerveja. Acredito que a grande maioria tenha uma opinião formada a respeito. Acredito mais ainda que essas opiniões divirjam entre si, sejam movidas por interesses próprios e óbvios – caso de cervejarias, agências de Publicidade, políticos e pessoas com problemas de alcoolismo na família, por exemplo -, ou pelo simples ato anti-lacônico do pensar.

Neste artigo, apenas expressarei minha não importante opinião. Deixo claro que sou do grupo que apenas quer pensar e falar sobre o assunto, sem interesses próprios, já que não trabalho, nem nunca trabalhei para uma marca de cerveja. Tentarei ser breve.

Já disse há alguns meses atrás, aqui mesmo na Casa, e repito: considero a cerveja, e qualquer bebida alcoólica, uma droga, sim. Penso que qualquer combinação química, produzida pelo homem, que altere o comportamento comum do ser humano, deva ser considerada uma droga. Por essa linha, remédios são drogas, cocaína é droga, maconha idem, doce, bala, heroína, chá de cogumelo, cigarro e cerveja não podem ficar fora desse grupo. Sendo assim, incentivar e legalizar a venda de drogas deveria ser proibido. Ponto.

Mas a questão inicial que leva a toda essa discussão é a intensidade de cada droga, ou seja, os males que cada uma das citadas acima, entre outras, provocam aos que as consomem e seus rodeados. Quem bebe cerveja, o faz porque gosta e concordo que ela não provoca dependência tão intensa e rapidamente como o cigarro e a cocaína. Se eu ficar meses sem tomar uma gelada, não vou pedir a um desconhecido na rua que me pague um copo na padaria, tampouco assaltar a bolsa da minha mãe pra comprar uma Skol. Mas diga a um alcoólatra que esta semana ele não poderá beber.

É claro que há menos dependentes alcoólicos que do cigarro e que a nicotina traz malefícios mais graves ao homem que a cevada. Mas, por outro lado, se uma pessoa resolver fumar 10 maços num dia, ninguém irá correr risco de morte, só ela. Com a bebida sabemos que não é assim.

Sei que este pode parecer um discurso falso moralista. E é, até certo ponto. Eu bebo, sim, estou bebendo, tem gente que não bebe e está morrendo. Adoro tomar aquela loira gelada com os amigos, mas fico com o terceiro olho na mão quando um deles toma umas a mais e volta pra casa dirigindo.

Uma Solução?

Para os criativos, pensar em novos conceitos, claro. Todos estamos cansados de ver sempre a mesma coisa: galera, bar, papo de bar, mulheres bonitas e gostosas. O problema é convencer as marcas de cerveja a mudar essa postura. Pois, não é novidade, os comerciais não têm essa cara à toa. Por que você, homem, ainda nosso principal target, vai tomar um brejinha em casa, sem amigos, ao lado de uma mulher, digamos, fora dos padrões de beleza? Se nós, cervejas, mostrarmos isso a você, nossas vendas despencam, nosso segmento de mercado vai ao limbo, seremos obrigados a cortar gastos, funcionários e haverá uma crise econômica e de desemprego no país.

O caso é complicado, pois sabemos que mesmo com restrições e/ou proibições de propaganda, as pessoas não irão parar de beber. Assim foi com o cigarro e assim será com a cerveja. Cabe a nós, publicitários, encontrarmos novas idéias, do ponto de vista da comunicação, para continuar mostrando as marcas com uma imagem positiva. E aos nossos tão preocupados políticos reforçar as fiscalizações contra venda a menores de idade e criar leis que sejam realmente cumpridas por estabelecimento e cidadãos, para que haja um consumo consciente.

Aos amigos e parentes que perderam pessoas em acidentes de carro, brigas, violência doméstica e outras tragédias provocadas pelo excesso do álcool, é utopia pensar que um dia esse consumo exagerado irá acabar, assim como fui utópico em achar que este artigo seria breve.

Meus amigos e eu continuaremos bebendo, dentro ou fora da lei.

Propaganda de cervejas: restringir resolve mesmo? publicado originalmente na CASA DO GALO - O animal da publicidade.


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